Se eu fosse um louco que anda de bicicleta por aí
Talvez a vida achasse bem melhor assim
Andando louco, sem rumo, sem pressa ou teto pra morar
Tenho que vagar, tenho que vagar sem fim
Andar é preciso até a pé de barco em ré
De caravela ou navio
Quando a brisa forte tem a tempestade além
No vento o assovio
Andar é preciso até de trem, de táxi
Em belas naves mudas no vazio
Quando o peito dá saudade da liberdade
O mundo é um rio
Cantando piso no mundo
Depressa faço ele rodar
Até onde a cabeça possa imaginar
Rasgando em canto o caminho que ainda falta por andar
Tenho que vagar, tenho que vagar sem fim
Andar é preciso ao pé de um vento
Em arquipélagos, montanhas, por um fio
Deixando a saudade atravessar um mar de vem
Tirar a sorte, viu?
Andar é preciso até nas asas do ince
Torrentes de calor ou frio
Quando o mundo bate à porta de verdade a vida é um rio
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